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A Arte do Ser | Ser aceito

Por: Xenna Gheno
26/07/2019 14:56

Entre várias limitações humanas, uma que fica evidente em coletividade é a vontade de ser aceito. E dentro dessa limitação vemos um comportamento padrão onde pessoas levantam bandeira, tomam partidos, apenas para se sentirem aceitas, mesmo que aquilo vá contra seus princípios ou sua afetividade.

Fazendo uma retrospectiva em minha vida, encontrei várias falhas graves de coisas que fiz, muitas vezes sem querer fazer, apenas para ser aceito por aquele grupo de pessoas. E isso se não for diagnosticado se torna um péssimo hábito, de me comportar para ser aceito em teatros sociais, muitas vezes destrutivos. E se não exercitar autenticidade, coragem e amor próprio, bem provável que estarei fadado a sofrer por escolhas influenciadas por ondas externas, que as vezes fazem mal para mim e para outras pessoas.

Gostaria que o leitor fizesse essa mesma retrospectiva, analisasse o quanto foi e está sendo influenciado por essa limitação que é querer ser aceito. Quantos relacionamentos são apenas um teatro social, quantos trabalhadores já não tem identificação com o que fazem, quantas religiões não reconectam mais, quantos políticos são afagados por militantes, quanta felicidade reprimida apenas para que seja aceito. Quanta vontade de berrar engolida? Quanta vontade de dançar presa? Quanto mais luto para ser aceito, mais gasto energia em uma tola e organizada tática de controle social conservadora dentro de uma falsa propaganda de perfeição. E não tem que ser assim.

Vejo que o tom populista dos discursos políticos cada vez mais joga esse jogo sujo que coloca o ser em um ringue dentro de uma luta injusta. Sabendo dessa limitação, usa-se uma chantagem emocional de que se você não for com a maioria você será um excluído, julgado, destruído. E isso cada vez mais tira a possibilidade de o ser pensar por ele mesmo. Se formos racionais e humildes, vamos aceitar nossa limitação de que a chance de todos esses ideais estarem errados é gigantesca, sendo assim permitir que todo ser pense e sinta por ele mesmo (claro, tento civilidade e educação básica de vivência) é muito importante para a evolução social e humana. E se acovardarmos todos para que pensem como eu, ou como A ou B, estamos fadados a cair nesse ciclo infinito e destrutivo que vem acontecendo. A idiocracia, que já escrevi. Seres presos em teatro social, que já escrevi. Dentro de uma ignorância arrogante que também escrevi, com o objetivo de libertar e tirar as pessoas dessa zona de conforto tola que enaltece os idiotas que a cada dia cresce no Brasil.

Torço para que consiga diagnosticar quando estiver preso nessa limitação tão comum que é se comportar, pensar, viver para ser aceito. Deve ter coragem para ser feliz e autêntico, se libertando do mundano que nos magnetiza para nossa pior versão. Que a melhor versão da gente vença. Livre, autêntica, sem medo de ser feliz.

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